terça-feira, 22 de setembro de 2009
MANIFESTO ARTE PELA BARBÁRIE
Nós, artistas, trabalhadores descartados como a maior parte da população; nós, que nos reunimos em grupos para, coletivamente, criar outra forma de produzir e existir diferente dos cárceres privados das empresas; nós, que pensamos e vivemos diferente dos Senhores, vejam só, vos saudamos.
Ave, Senhores! Nós, que teimamos em sonhar, vos saudamos.
Os senhores certamente nos conhecem: nos últimos vinte anos dada a capilaridade do nosso fazer artesanal e cotidiano, embrenhamos o nosso teatro na vida e na geografia de todo o país. Foi assim que algumas conquistas nossas impediram o saqueio cultural definitivo. A disputa por uma arte e uma cultura de relevância pública como parte das prioridades de estado, fomentaram a partir de leis e propostas democráticas, a construção de uma consciência crítica, a ponto da questão cultural fazer parte das discussões mais candentes do dia-a-dia.
É por isso que nós, que fazemos no palco, a radiografia estética de sua civilização, de sua violência, guerra e morte, do seu desmanche de seres humanos, de seu mercado falido, de sua apropriação privada do mundo e de homens; nós, que ousamos sonhar hoje para recriar a humanidade de amanhã, vos saudamos. Por que lutamos para parar a lógica da desordem que é a concorrência e a guerra entre tudo e todos em nome do lucro, da propriedade privada, da acumulação de riquezas nas mãos de poucos.
Nós, que existimos, produzimos, criamos sonhos, idéias, seres humanos. Mas não fabricamos, não podemos e nem queremos fabricar lucros. Não somos, não queremos ser e não acreditamos em vossos valores e parâmetros de eficiência e auto-sustentabilidade. Existimos. Somos o outro de vós, a outra voz, outro corpo, outro sonho. E nos afirmamos enquanto forma de produção e enquanto criação estética de pensamento e seres humanos.
É desse lugar que, mais uma vez, cobramos as promessas por uma sociedade mais justa, onde todos teriam direitos iguais. Mas como isso será possível se 13% do orçamento da cidade de São Paulo e mais de 30% do orçamento do Brasil vão direto para os cofres dos banqueiros, sem nenhuma discussão da sociedade? Como encarar a cultura como direito de todos, se a Prefeitura da maior cidade do país e o governo da União destinam menos de 1% de seus orçamentos para a cultura? Como justificar uma divisão de recursos públicos que destina 200 milhões ao Fundo Nacional de Cultura e 1,4 bilhões ao marketing das grandes corporações através da renúncia fiscal, da famigerada Lei Rouanet? Que reserva 38 milhões para o Teatro Municipal de São Paulo, 10 milhões para TODOS os demais núcleos teatrais da cidade e praticamente nada para os demais? É pouco para o Teatro Municipal, é pouco para os grupos e é pouco para a arte e a cultura da maior cidade do país.
Esses números traduzem a ausência de políticas públicas de Estado, a ausência da própria política: os governos e os espetáculos informativos da mídia privada apenas operam como gerentes e administradores dos negócios do mercado.
Ave, Senhores! Ironicamente, apenas cobramos a realização da sua República e das suas leis. Exigimos investimentos na cultura, entendida como direito extensivo a todos, direito que o mercado não consegue, não pode e não quer concretizar. É simples assim: que o Legislativo legisle e o Executivo execute uma política pública de Estado, e não de governo, nas três esferas – municipal, estadual, federal, através de:
1) programas públicos – e não um programa único de ‘incentivo’ ao mercado – estabelecidos em leis, com regras e orçamentos próprios a serem cumpridos por todos os governos; programas com caráter estrutural e estruturante;
2) Fundos de Cultura, também através de leis, com regras e orçamentos próprios, como mecanismos para atender – para além do governo de plantão – as necessidades imediatas e conjunturais, através de editais públicos.
É hora de aumentar o orçamento do Programa de Fomento em São Paulo, aumentando o número de grupos dentro do programa e criando a categoria de núcleos estáveis; é hora de criar o Fundo Estadual de Arte e Cultura, engavetado no governo passado; é hora de desengavetar nossa proposta de lei que cria o Prêmio Teatro Brasileiro para todo o território nacional.
Fora isso, é o império mercantil, a exclusão, a violência, a morte.
Ave, Senhores! Nós, bárbaros, ao reafirmarmos a vida, vos saudamos.
ARTE PELA BARBÁRIE
Os coletivos e os cidadãos abaixo assinam esse manifesto:
COLETIVOS
Coletivo Teatro de Ruínas, Grupo Clariô, Folias, Teatro de Narradores, Baderna, Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, Forte Casa Teatro, Minicia, Teatro da Travessia, Pavanelli, Trupe Pau a pique, Topa Teatro, Pessoal do Faroeste, Hanna, Cia Paulicéia, Cia. Extremos Atos, Cia. Livre, Populacho e Piquenique, Os Satyros, Cia. São Jorge de variedades, Cia do Feijão,Corta o Paulo e Continua, Teatro da Vertigem, Desejo, Redimunho de Investigação Teatral, Argonautas, Intuição, Teatro Oficina, Grupo XIX de teatro, Ivo 60, Brava Companhia, Cia Estável, Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes, Engenho Teatral, Mundana Companhia, Cia. de Domínio Público, Cia. Teatral As Graças
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Ensaios
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Parabéns.
Fazendo parte da cia estão os atores: Tucci Fattore, Elton Vitor, João Furtado, Alessandra Velho, Maíra Castilhos e Andrea Lopes {que no momento está em licença maternidade!}.
E o aniversário não foi desculpa para não trabalhar, pelo contrário, fizemos duas apresentações no CEU Cantos do Amanhecer.
Não tinha como deixar o dia passar em branco, então aproveitamos o finzinho da noite para jantarmos juntos e brindar esse dia inesquecível!
E que venham mais aniversários e apresentações!
MERDA SEMPRE!
terça-feira, 2 de junho de 2009
domingo, 31 de maio de 2009
sábado, 30 de maio de 2009
Desmonte em Santos
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Proposta de Oficina - Desmonte a Sua Cidade
Objetivo:
A Cia de Domínio Público apresenta o seu projeto de Oficina “Desmonte a Sua Cidade”, sob dois aspectos estruturais. Um deles se refere à direção para a qual se voltará o olhar dos participantes, onde as informações e inspirações para o fazer teatral, artístico e crítico, serão coletadas. No caso da Cia de Domínio Público, para a criação da peça, esse espaço foi o Largo da Batata, em Pinheiros, e a região circundante, a região da Avenida Faria Lima, tendo como pano de fundo o projeto de “Reconversão Urbana do Largo da Batata”.
Na Oficina, estimularemos o olhar dos participantes para os processos de alterações urbanísticas de sua cidade. O outro aspecto se refere à pesquisa do procedimento de criação artística do grupo: a proposta de criação coletiva na qual as funções essenciais para a criação de uma montagem teatral, determinadas no estágio atual da pesquisa do grupo, em dramaturgia, direção e atuação, são exercidas, concomitantemente, por todos os componentes do grupo.
A Companhia de Domínio Público almeja lançar luz sobre a participação dos cidadãos na mudança do espaço urbano e também sobre a participação dos artistas no processo de criação de um espetáculo. Dessa forma, o olhar sobre o tema dialoga com o processo de criação das cenas que serão criadas durante a Oficina. (TEMA)
Com base nesses dois enfoques é que a Oficina será estruturada. Dessa forma, de um lado, o grupo proporá transformar em cena as situações vividas pelos participantes que dialogam com a peça na medida em que serão situações que mostram o cidadão frente às mudanças urbanísticas de sua cidade e, de outro, no processo de criação, o grupo estimulará a consciência dos elementos utilizados para a construção da cena, sugerindo procedimentos e dinâmicas que caracterizam uma criação coletiva.
Ao propor a Oficina, o grupo não pretende relacionar-se com os participantes como detentor de algum saber teatral superior e, portanto, hermético, mas, pelo contrário, estimular a troca de experiências artísticas e afetivas e as reflexões críticas sobre todo o material a ser abordado no trabalho.
Metodologia:
Tratando-se a peça “Desmonte – A Grande Obra” de uma reflexão sobre o espaço público e suas alterações, teremos a oportunidade, com a Oficina, de dividirmos com os participantes nossa pesquisa e identificar como esse processo é apreendido pelos habitantes de outras cidades.
Para tanto, o grupo mostrará um vídeo com o “Relatório de Obras” (material a ser utilizado) que veicula um resumo do processo de criação do grupo baseado em depoimentos, entrevistas, pesquisa de campo, dentre outros procedimentos, colhidos no Largo da Batata e como essas situações se reverteram em cenas e compuseram o resultado artístico do grupo.
Passaremos, então, à abordagem das situações vividas pelos participantes que dialogam com as situações abordadas na peça e proporemos a transformação da dessas situações em cena.
Do material levantado, o grupo proporá improvisações entre os participantes de forma que eles possam experimentar o processo de criação da Cia. Durante o levantamento das cenas por grupos de participantes, os atores da Companhia identificarão alguns elementos e procedimentos característicos da criação coletiva, ou seja, como cada um dos participantes trafegará entre o olhar do diretor, do dramaturgo e do ator no processo de criação das cenas.
Na divulgação e no ato da inscrição dos participantes na Oficina, solicitaremos que os participantes assistam ao espetáculo, em dia anterior, de forma que o entendimento da proposta do grupo seja apreendido de forma a proporcionar o melhor aproveitamento possível do trabalho.
Cronograma e Público- alvo:
Duração: 3 horas
Número de participantes: pode variar de 15 a 30 pessoas;
Faixa etária: idade superior a 14 anos;
Oficineiros: Atores da Cia de Domínio Público
Público-alvo: Estudantes e professores secundaristas e universitários, de cursos ligados ou não a artes cênicas, atores de grupos de Teatro das cidades e interessados em geral, estudantes das áreas de engenharia, arquitetura e urbanismo.
O Workshop:
15 minutos - Aquecimento de voz e corpo;
45 minutos - Integração e jogos teatrais para a integração entre os participantes;
15 minutos: - Apresentação, em vídeo, de vídeo do grupo que mostra um resumo do processo de criação do espetáculo intitulado “Relatório de Obras” – o vídeo em, questão se encontra anexado ao presente projeto;
15 minutos – Breve discussão entre os participantes sobre situações vivenciadas pelos participantes que indicam as repercussões das mudanças urbanísticas na vida dos cidadãos.
40 min – Criação de Cenas com a supervisão dos integrantes do grupo identificando os elementos que compõe a criação da cena: Dramaturgia, Direção e Atuação;
30 minutos - Apresentação das cenas;
20 minutos - Discussão e registro.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
A Desmonte no Youtube!
domingo, 17 de maio de 2009
Com uma média de 90 alunos, a peça Desmonte - A Grande Obra foi um sucesso. Os alunos entraram na história, se divertiram e após o espetáculo participaram de um debate com os atores.
Não foi a primeira apresentação que a Cia fez para a ONG, e todas as apresentações sempre foram divertidíssima pois os alunos estão muito próximos dos assuntos que são tratados durante o espetáculo.Para quem tiver curiosidade estaremos dia Dia 29 de Maio em Santos, no Teatro do SESCR {Conselheiro Ribas, 136/ Bairro Aparecida} em duas apresentações ás 19h30 e 21h30, e a Oficina ás 14h!
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Os Figurinos
Assim os atores podem com agilidade variar seus personagens, valendo-se de objetos não apenas ilustrativos, mas que condensem o maior número de possibilidades cênicas, e revelem o posicionamento social de um personagem em relação ao outro.
A Nossa opção foi conferir ao figurino um caráter não-ilustrativo, enquanto que funcional, partindo, como referência de pesquisa, de personagens de histórias em quadrinhos, desenho animado e brinquedos infantis.
Fotos: Rony Morbi (Ribeirão Preto)
sexta-feira, 8 de maio de 2009
O Cenário
A cenografia busca se apropriar do espaço da representação, transformando e sendo transformado por suas características e dessa forma possibilita também a adaptação do espetáculo a lugares alternativos e não tradicionais ao fazer teatro, ampliando as possibilidades de exibição da peça.
O espetáculo é composto por três tecnicos, o Rafel Brides que é o músico e permanece em cena durante a peça, o Uirá Freitas como iluminador e a Gabriela Meinrath como operadora de vídeo ao fundo do palco.
terça-feira, 5 de maio de 2009
A Peça Desmonte
A criação da dramaturgia é coletiva, as criações, os personagens, e as histórias surgiram do grupo. O diretor da peça, além do autor, também é coletivo.
A peça faz uma retrospectiva da fundação da empresa, desde o lançamento, passando pelas mudanças, pelo caos criado como conseqüência das obras até a chamada “solução”, oferecida pela parceria público-privada para dar cabo do que saiu do controle. Durante todo o espetáculo não é revelado o dono da empresa, chefes, prefeitos ou outros políticos.
Tudo começa na parte externa do teatro, numa cerimônia de inauguração onde o dono da Desmonte Corp. não pode comparecer. Nesse instante, inesperadamente, ocorrem explosões e funcionários uniformizados da empresa passam correndo.
segunda-feira, 4 de maio de 2009
As origens do texto e o grupo teatral
Em 2005 apresentou “Da senzala à favela” no mesmo SESC, ao lado de Marília Medalha. Ao fim do ano ocuparam o KVA, em Pinheiros, surgindo assim os primeiros contatos com a região, que futuramente seria estudada.
Desde então freqüentaram e pesquisaram o Largo da Batata e seus arredores. Em 2007 o grupo é contemplado com o Prêmio Myrian Muniz com o projeto “Ao Largo Público – O Humano por traz do processo de reconversão urbano”, ante-projeto da peça Desmonte que viria a seguir.
Em 2008, estrearam “Desmonte – A Grande Obra”. O espetáculo utiliza técnicas de ‘video-clip’, com muita informação passada ao espectador num intervalo de tempo curto, uma forte preseça da música e da iluminação.
Fotos: Gabriela Meinrath
domingo, 3 de maio de 2009
Os Atores
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Mais DESMONTH co.
"A cidade está passando por um caos momentâneo, há risco de desabamentos e explosões!"
"Todos devem se digirir ao muro de contenção Humana à esquerda!!!"
"Eu era pequena e imatava a mamãe, requebrava pra cá, requebrava pra lá! Eu imitei a mamãe e entortei quadril."
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domingo, 26 de abril de 2009
DESMONTH co.
"Abre-se a terra em terremoto provocado, é pior que tsunami, é buraco com cimento! Todo mundo foi jogado."
"Naquele dia eu tive que acordar mais cedo: Deus ajuda quem cedo madruga."
"Emprego!!! A prefeitura anunciou ontem a abertura de 7 milhões de novas vagas!"
Fotos: Rony Morbi (Ribeirão Preto)
Desmonte em Piracicaba, Pirassununga e Ribeirão Preto
terça-feira, 31 de março de 2009
Estão todos convidados!
03/04
Piracicaba
Teatro Municipal de Piracicaba
Dr. Losso Netto
Avenida Independência, nº 277
14h - oficina
19h - apresentação
21h - apresentação
04 e 05/04
Pirassununga
Teatro Municipal Cacilda Becker
R. Siqueira Campos, 1290 / Centro
Dia 04:
20h – apresentação
dia 05:
14h30 - oficina
19h - apresentação
18 e 19/04
Ribeirão Preto
Espaço Cultural SantelisaVale
Rua Lafaiete, 1084 / Centro / Ribeirão Preto
dia18:
14h - oficina
21h- apresentação
dia 19:
19h - apresentação
29/05
Santos
Teatro do SESC
R. Conselheiro Ribas, 136/ Bairro Aparecida
14h- oficina
19h30 - apresentação
21h30 - apresentação